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Calendário Científico 2018 - Janeiro

O que seria tipicamente observado em termos de resultados obtidos com um analisador hematológico, durante uma infeção bacteriana aguda, antes do início da anemia?

Um valor de Delta-He elevado

Um valor de RET-He elevado

Um valor de Delta-He baixo a negativo

Um valor de MicroR baixo

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Informação científica de suporte

A relação entre a anemia e a infeção é complexa. Por exemplo, é importante distinguir entre uma infeção aguda e crónica. Na infeção crónica, a anemia é geralmente ligeira ou moderada e existe uma base fisiopatológica comum para a ocorrência de anemia em várias doenças crónicas, sejam infeções, doenças inflamatórias ou de natureza neoplásica (1). Nos casos em que a anemia se encontra mais frequentemente associada com infeções crónicas, a causa subjacente principal é a insuficiência na libertação de ferro a partir do sistema reticuloendotelial. Tal acontece devido ao aumento da concentração da hepcidina – uma hormona reguladora produzida pelas células hepáticas – que aumenta em caso de inflamação. A hepcidina induz a degradação da ferroportina, por sua vez responsável pela transferência transmembranar de ferro para a transferrina plasmática (2, 3).

Quando a anemia está presente em caso de infeções agudas, pode ser devida a vários fatores. A anemia pode ser provocada pela destruição dos eritrócitos (por exemplo, malária) ou pode ser secundária à inibição da eritropoiese na medula óssea (por exemplo, parvovírus). Muitas outras infeções agudas, quer de etiologia viral, quer bacteriana, podem provocar anemia através de outros mecanismos, tais como hemólise idiopática ligeira (4). Para além disso, a capacidade proliferativa de muitos agentes patogénicos invasivos é limitada pela biodisponibilidade do ferro e, assim, as estratégias de defesa do hospedeiro evoluíram no sentido de sequestrar o ferro dos agentes patogénicos invasivos. A sequestração do ferro pela ferritina macrofagocitária restringe a disponibilidade de ferro para os agentes patogénicos extracelulares. O mecanismo suprime a disponibilidade do ferro para as células progenitoras eritropoiéticas, através da retenção do ferro no interior dos macrófagos (5). A baixa concentração de ferro plasmático induz rapidamente uma situação de ferropenia, diminuindo, como tal, a disponibilidade funcional de ferro na medula óssea, induzindo, assim, uma diminuição do valor de RET-He e, subsequentemente, um valor de Delta-He baixo a negativo. O valor de MicroR – percentagem de eritrócitos microcíticos – seria tipicamente normal a elevado, uma vez que a proporção de células microcíticas aumentaria gradualmente devido a uma eritropoiese em situação de deficiência de ferro.

Referências

  1. Marcos BV (2011): Anemia and infection: a complex relationship. Rev Bras Hematol Hemoter. 33(2): 90–92.
  2. Darshan D et al. (2010): Severe iron deficiency blunts the response of the iron regulatory gene Hamp and pro-inflammatory cytokines to lipopolysaccharide. Haematologica. 95(10):1660-7.
  3. Hentze MW et al. (2010): Two to tango: regulation of Mammalian iron metabolism. Cell. 142(1):24-38.
  4. http://www.clinicaladvisor.com/hospital-medicine/infectious-hemolytic-anemias/article/601860/
  5. Parrow NL et al. (2013): Sequestration and scavenging of iron in infection. Infect Immun. 81(10):3503-14.
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