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Calendário científico março 2022

Cancro colorretal: diagnóstico precoce e estadiamento exato

Como é que um diagnóstico e estadiamento exatos podem melhorar o desfecho em doentes com cancro colorretal?

A realização do rastreio através de uma análise não invasiva de sangue oculto nas fezes (SOF) permite a deteção da doença num estádio inicial e curável e o estadiamento através de uma análise molecular de diagnóstico faculta uma base mais fiável para as decisões terapêuticas melhorando, assim, o desfecho clínico.

Utilização de raios X e de imagiologia por TAC para fins de rastreio e diagnóstico

Realização de exames endoscópicos anuais e colheita de biópsias para análise histológica

Utilização de RM

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Informação científica de suporte

O cancro colorretal (CCR) é o terceiro tipo de cancro mais frequente a nível mundial e constitui uma das causas principais de morte provocada pelo cancro. Afeta homens e mulheres e é o segundo cancro mais letal na Europa [1]. Ao contrário dos outros cancros, o rastreio do CCR através do teste não invasivo de SOF constitui uma forma fácil e conveniente de deteção precoce e, como tal, uma oportunidade para melhorar o desfecho para o doente.

O CCR desenvolve-se normalmente de forma lenta ao longo de uma década e começa basicamente na forma de pólipos pré-cancerosos. Uma vez que o CCR, incluindo os seus precursores, pode provocar hemorragia intestinal, o rastreio através de testes fecais imunológicos (do inglês, faecal immunological tests, FITs) para deteção de hemoglobina nas fezes contribui para a sua deteção precoce. Os FIT são utilizados como teste de triagem, ou seja, um resultado positivo poderá condicionar a necessidade de realização de uma investigação endoscópica invasiva (por exemplo, uma colonoscopia) como passo subsequente. Considerando quer a taxa de positividade quer as capacidades da colonoscopia, o valor de corte de positividade para o FIT pode ser ajustado para ir ao encontro dos objetivos de rastreio.

Na UE, a realização de projetos internacionais de cooperação contribuiu para o desenvolvimento de um referencial comum para a implementação de programas organizados de rastreio de CCR com base populacional. Até 2016, tinham sido estabelecidos ou testados na forma de piloto tais programas organizados em 22 dos 28 Estados Membros. Dois países da UE (Grécia e Letónia) introduziram rastreios oportunísticos e a Alemanha deu início a um programa de base populacional em 2019 [2].

O teste FOB Gold, uma solução única para a realização de FIT oferecida pela Sysmex, é utilizado por milhões de doentes assintomáticos e sintomáticos e apresenta uma sensibilidade e uma especificidade elevadas [3, 4]. Os dados de programas de rastreio em curso que recorrem a FOB Gold indicam que 75% dos casos de CCR eram estádios precoces I e II e que cerca de 50% dos FOB Gold positivos eram adenomas avançados [5, 6].

Caso se confirme a presença de CCR, o doente é sujeito a cirurgia para remoção do tumor e dos gânglios linfáticos. O estado dos gânglios linfáticos é o fator prognóstico e o parâmetro de estadiamento mais importantes na gestão do CCR. O método atual de análise de gânglios linfáticos é a histopatologia pós-operatória com H&E unisseccional: o gânglio linfático é analisado apenas a um nível, deixando uma grande quantidade de tecido por analisar. Como consequência, podem subsistir metástases não detetadas, conduzindo a resultados falsos negativos com um risco maior de subestadiamento, o qual resulta numa situação de subtratamento. A análise do gânglio inteiro através da técnica OSNA faculta a confiança de que necessita para que as metástases não passem despercebidas. Poderá proporcionar um estadiamento exato aos doentes e uma base mais fiável para as suas decisões terapêuticas. A análise de gânglios linfáticos pN0 através de OSNA resultou numa reclassificação para cima no estadiamento de até 25% comparativamente com o método histológico padrão [7] e alguns estudos demonstraram que isto permite o ajustamento do tratamento dos doentes afetados [8–10].

OSNA – one step nucleic acid amplification – é um ensaio de diagnóstico molecular automatizado que analisa o tecido do gânglio linfático inteiro. A reação baseia-se numa tecnologia de amplificação rápida dos ácidos nucleicos (RT-LAMP) para quantificação da expressão do RNAm da citoqueratina 19 (CK19). A CK19 é um marcador das células epiteliais que não está, normalmente, presente no tecido dos gânglios linfáticos. A expressão do RNAm da CK19 correlaciona-se com a dimensão dos focos metastáticos.

Cancro colorretal: factos essenciais

Referências

[1] WHO (2021): https://gco.iarc.fr/today/data/factsheets/cancers/10_8_9-Colorectum-fact-sheet.pdf

[2] IARC Handbooks of Cancer Prevention (2019): Volume 17.

[3] Brenner H et al. (2017): Selecting a Cut-off for Colorectal Cancer Screening With a Fecal Immunochemical Test. Clinical and Translational Gastroenterology 8(8): e111.

[4] Niedermaier T et al. (2020): Sensitivity of fecal immunochemical test for colorectal cancer detection differs according to stage and location. Clin Gastroenterol Hepatol. 18(13): 2920–2928.e6.

[5] Solé Llop ME et al. (2018): Colorectal cancer screening programme in Aragon (Spain): preliminary results. Gaceta Sanitaria 32(6): 559–562.

[6] Erasmus MC Rotterdam – NKI/Antoni van Leeuwenhoek: CRC SCREENING PROGRAMME Monitor 2014–2020. National Institute for Public Health and the Environment (RIVM).

[7] Croner RS et al. (2014): Molecular staging of lymph node-negative colon carcinomas by one-step nucleic acid amplification (OSNA) results in upstaging of a quarter of patients in a prospective, European, multicentre study. Br J Cancer. May 13; 110(10): 2544–2550.

[8] Hiyoshi Y et al. (2020): The advantage of one-step nucleic acid amplification for the diagnosis of lymph node metastasis in colorectal cancer patients. Ann Gastroenterol Surg 5: 60–66.

[9] Itabashi M et al. (2020): Lymph Node Positivity in One-Step Nucleic Acid Amplification is a Prognostic Factor for Postoperative Cancer Recurrence in Patients with Stage II Colorectal Cancer: A Prospective, Multicenter Study. Ann Surg Oncol 27: 1077–1083.

[10] Archilla I et al. (2021): Lymph Node Tumor Burden Correlates With Tumor Budding and Poorly Differentiated Clusters: A New Prognostic Factor in Colorectal Carcinoma? Clin Transl Gastroenterol. 12(3): 1–10.

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